Minha juventude é sem horizonte, desengajada, apolítica, despudorada, alienada. No que diz respeito aos relacionamentos a situação é complicada: a música vulgar e a novela deturpam o significado do amor e banalizam a mulher - tida como objeto sexual - o que é assustador, preocupante e ridículo. Educar os filhos é uma tarefa cada vez mais difícil. Em 1980 Rita Lee falava de sexo - em "Lança Perfume" - tão sutilmente, de maneira jocosa, que a malícia passava despercebida e só era tida como coisa do outro mundo pelos impositores, politicamente corretos. A mídia - que exerce grande influência sobre os jovens - através dos meios de comunicação, somada à passividade ou ausência dos pais resultam em filhos mal educados. Jovens que não respeitam seus pais, amigos, namorados; e que no futuro desrespeitarão suas esposas e filhos; uma bola de neve que cresce à medida que a pessoa envelhece; e terá continuidade com os filhos desses jovens que, provavelmente, serão imagem e semelhança dos pais. A única coisa que realmente é levada a sério e valorizada é a obsessão pelo dinheiro e, pra isso, procuram fazer o curso mais conveniente possível, é mais ou menos assim: a pessoa sempre se deu bem em português ao longo dos anos que estudou no ensino médio, só estudava matemática porque era obrigação. Aí aparece um tio abonado que tem uma empresa e este promete ao sobrinho que se ele fizer o curso de "Engenharia de Alguma Coisa" tem emprego garantido em sua empresa. Pronto! O sujeito procura a universidade mais próxima - conceituada pelo Instituto de Quiquiprocó - e faz um curso, nas coxas, só pra ter o diploma mesmo. Aos 50 anos esse cara é rico e frustrado e, provavelmente, fará análise com algum psicólogo procurando a resposta pra um problema que está no saldo da conta bancária dele.
O assunto é repetitivo. Mas por que as pessoas, em geral, procuram esses meios pra levar a vida? É culpa do sistema? Se for, mas que sistema desgraçado! E elas não podem ser consideradas culpadas. São alienadas. Parto do princípio de que ninguém pode ser considerado culpado por um erro até o momento em que toma conhecimento que aquilo não é correto. Ninguém avisa pra elas na televisão ou no rádio que levando a vida assim serão infelizes no futuro.
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