26 de jul. de 2009

Anacrônico

Incerto dia, no Bar Qualquer, típico de cidade pequena, que nos domingos à noite as moscas podem pousar tranquilamente entre os petiscos e um cachorro desnutrido senta na porta a espera de algum pedaço osso ou carne, as coisas não pareciam normais como em todo domingo quando ninguém dá as caras.

O Sr. José Ninguém, idoso e dono do Bar, estava com a idéia de fechá-lo e ir para casa descansar quando surge a porta um Homem com expressão irresoluta e tragando um cigarro. Ele senta numa mesa no fundo do Bar e de lá pede uma cerveja. Quando o Sr. José está colocando a cerveja no copo, uma mulher entra e senta-se à mesa ao lado.

A Mulher aparenta estar transtornada, assim que o Sr. José volta ao balcão, ela senta-se na mesa do Homem e sem muitos rodeios, após cumprimenta-lo balançando a cabeça, diz:

- Eu não consigo entender os seres humanos! Eles são muito escrotos!

A princípio o cara só olhava para os seios fartos da dama, mas após ouvir esse lamento, deixa o olhar se perder por alguns segundos e em seguida responde:

- Eu sei disso, descobri já há algum tempo e desde então vivo só.

Essas duas frases serviram de ensejo para uma, longa e agradável, conversa sobre o comportamento humano, livros, países que visitaram, política, religião, que durou três horas e em nenhum momento eles procuraram saber qual era o nome do outro, onde moravam, pra onde iam, ou de onde vinham, não combinaram de não perguntar esses detalhes de cada um, é que na verdade, não sentiram vontade de fazer isso, encararam aquele momento com algo preparado minuciosamente pelo destino.

No momento em que as palavras começaram a fugir – como em toda longa conversa - e o silêncio ganhou espaço, então o Homem voltou a mirar os seios da Mulher e a desejou, ela por sua vez demonstrava timidez no olhar. Mas ele, com a experiência dos anos vividos, conseguiu deixá-la à vontade e foi a seduzindo aos poucos sem dizer nenhuma palavra, porque nessa hora ela é desnecessária e pode atrapalhar.Em seguida, os dois se levantaram. Ele pagou a conta e, sem dizer nada, caminharam juntos procurando um quarto disponível, na rua dos bordéis. Entraram no primeiro que tinha a porta aberta sem se preocupar com o preço de cinquenta pesos que estava escrito na porta, e então viveram uma noite de louco e intenso amor sem qualquer pudor, como nunca tinham vivido antes. As cinco da manhã o Homem acordou, se vestiu, deixou o dinheiro para pagar o quarto dentro da sandália da Mulher e saiu. Nunca mais se viram. E nem se conhecem.

4 comentários:

Mari Antonaci disse...

essa historia e veridica?! fiquei curiosaaaaaaaaaa

Amanda Cabral disse...

perfeito *-*
amei seu blog cara .

J. Oliveira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
J. Oliveira disse...

Tinha comentado ai em cima apaguei porque foi escrito só Jéssica!
UAUYHAUHUAHAUHAHIAOHAUHIAHA
eu gosto de Jéssica Neves.

repetir o que tava escrito:
A facilidade com que você escreve
me impressiona. PARABÉNS!

Beijo

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