Tenho nostalgia de uma época que não vivi.
Sinto falta da Emília, do Sítio, que se parecia realmente com uma boneca de pano.
Dos shows do Chico, Caetano, Gil, Belchior, Tom Zé, Elis, Alceu, que eu não fui.
Dos movimentos contra a ditadura militar. Quando ser preso era motivo de orgulho.
De sentar numa mesa de bar e conversar sobre Che, Revolução Cubana, Esquerda e Política.
De planejar a criação e criar um jornal jovem de esquerda.
Do movimento paz e amor.
Do amor de John e Yoko.
De ir pra uma festa e dançar ao som de John, Paul, Ringo e George, além do Queen e outros mais.
De uma época em que tudo era bem simples, nada de sofisticado.
De quando dinheiro não era visto como prioridade na vida.
De quando as pessoas se respeitavam.
Dos discursos fortes do Lula, líder sindical, em São Bernardo.
Da luta dos jovens contra o sistema e o imperialismo norte americano.
Do amor à pátria não só quando é época de copa do mundo.
Da luta pelas "Diretas Já!".
De 70 e 80.
Do Woodstock Brasileiro.

Viajo, vou a muitos lugares e aterrizo aqui, em 2009, época em que os norte americanos e chineses não propõem nada pra diminuir as emissões de gases tóxicos na atmosfera, então percebo que será necessária muita luta. Cadê a juventude revolucionária? Acho que vou pra Macondo bater um papo com o Coronel Aureliano.